Tinha um olhar sem defeito,
Não era nem perfeito, nem mal feito,
Nem no meio-termo podia se encaixar.
Era uma caixinha de surpresa.
Despertava sorrisos, mas pagava muito mico.
Sentia-se melhor no crepúsculo.
Sentia-se mal na madrugada.
Todos o achavam em cima do muro.
Nem muro tinha.
Que ignorância, o menino não era indeciso.
Era confuso,
Mas ligeiramente se resolvia.
Ele aprendeu tudo,
Não absorveu nada.
Era automático para falar sobre assuntos interessantes.
Era uma máquina muito humana, mas sabida.
Morreu cedo, coitado.
Ataque de asma. Estava indefeso e sem sua droga para curá-lo.
Trágico.
Era sabido, mas naquela tarde esqueceu-se do seu óleo, sua peça principal que fazia tudo volta a funcionar.
Antes de morrer teve uma tarde enfadonha. Já previa, já sabia. Era sabido o menino.
Mas morreu.
Uma pena.
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