Desde os nossos primeiros passos, nos admiramos. Criamos idéias desde o primeiro momento em que algo novo nos é apresentado. Esse é a nossa alma, e já estamos construindo ela há tempos.
As demais coisas, após crescermos e nos tornarmos “adultos” não passam de meros borrões do que nós já sabíamos, desde muito pequenos. São sombras. Reflexos gerados por nossas sensações. A alma nada mais é do que todo o conhecimento, todas as idéias e percepções primárias. Essas são intactas, eternas, intransferíveis e imutáveis.
Cada novidade flui dentro de nós até chegar à alma. Lá elas ficam guardadas. Essas são as primeiras impressões. Talvez seja por isso todo esse sentimento de descontentamento, nada é muito surpreendente e nada nos abrange com tanta força, porque nós já vimos antes, inconscientemente nós já sabíamos e já tínhamos visto. É uma dádiva termos o poder de nos admirarmos com pequenas coisas ao longo da vida, porque afinal, é mais um conhecimento, mais uma preciosidade que vai direto pra esse mosaico de idéias. A alma é um mosaico.
O querer é efêmero, mas se toda vez que quisermos algo e deixar isso de lado, será mais uma coisa que deixaremos de ter. A importância do querer e ter são de tamanho inestimável. Alimentar esse querer pode ser também perigoso e você deve ser muito audacioso pra saciar isso.
Temos um olhar blasé não por causa de expectativas furadas, mas por conta do conhecimento que já temos. As sensações são sempre reflexos porque a alma que habita nosso corpo obtém aquelas idéias sentidas e vivenciadas já intactas, por isso é tudo tão igual, por já sabermos. A alma é eterna.
A sensação é ligada diretamente e infinitamente com a alma e toda a informação que nela está. Assim que algo é visto, sentido e apreciado, passa pra alma, e tal alma passa pros nossos sentidos todo o nosso conhecimento, tratando-se assim, de um laço infinito e imutável que você levará pelo resto de toda a sua existência.
Nunca deixe de se admirar, é admirando-se que tornamos as coisas mais bonitas e menos falsas. A admiração é o bem maior da humanidade, é o bem maior dentro de nós, crescendo e fazendo o espírito ascender-se.
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