segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

tromba d'água

A boca da querida que não tem nome, diz que tem
Uma tromba d’água sobre minha cabeça. Sinto de imediato,
A qualquer momento toda água pode despencar.
Nesse momento acordo de um sono inesperado.
E assim desperto também inesperadamente.
E essa sensação de despertar se dá no momento
Em que me levanto da cama e sinto tudo girar,
O local e a forma como o percebo se desfaz em pó e torna-se espiral de fumaça.
É nesse momento em que tiro das costas o sono
E faço uma troca involuntária pelas questões reais.
Nisso, invado minha memória,
Desfaço meus rabiscos,
Pois não posso acreditar na irrealidade dos sonhos
De noites silenciosas.
Mesmo carregando silencio no peito,
O amargor dá voz às escandalosas causas infundadas,
Postas sobre meu peito, minhas mãos, meus olhos e meus ouvidos,
Junto das mágoas passadas
E as novas que estão para chegar.
Sofro por antecedência, pois não sei esperar
E não posso negar o desespero.
Faço um apelo e esmoreço.
Peço por uma pausa, peço também que ouçam a minha causa,
Apesar de não saber como dizê-la.
Por fim, não quero piedade,
Quero o direito ser eu mesmo, de verdade, e ter tempo para buscar minha finalidade.