terça-feira, 17 de janeiro de 2012

As Fases

As fases são como novelas narradas e vivenciadas presentes na vida. Ah, se eu pudesse, eu te diria na boa que nada existe dentro das fases. São passos em vão. Gritos na chuva. Tropeços e borrões deixados. Vivemos em uma sociedade burocrática que não admite fases. Compactamos a vida a mecanismos programados até a morte. Nada de grandes estripulias, nem grandes acertos. É como se ela já viesse pronta, sem até mesmo manual de instruções. Erro quando tento transformar programação em manual de instrução. Nada se correlaciona numa grande turbulência como uma vida vagarosamente automática. Até parece que os sentimentos são como óleo pra ferragem funcionar bem. Damos só um sentido quando dividimos tudo em somente fases. É como se fossem óbvias todas as circunstâncias e acasos. Nada se define, na verdade, porque uma vida pode ser longa ou curta. Pré-definições sócio-democráticas também não. Porque senso comum e falsa liberdade se expressão é o que eu espero que passemos longe... Dessas idéias e acertos sempre muito bonitinhos e nos conformes, dentro de todas as regras sociais e políticas.

Eu quero tristeza e dor, alegria e sensações de contentamento. Mas tudo o que temos são fabricações impostas e aceitas, na maioria das vezes, por toda a sociedade.

Eu posso estar generalizando, mas quando penso em sociedade, penso num conjuntinho conformado, manipulado e programado para uma vida monótona, sempre inconscientes botando goela abaixo idéias de segundos e terceiros, achando tudo que pensado por alguém no topo dessa hierarquia cruel, genial. O que é a genialidade diante da sociedade? Não passa de mais um enlatado.

Vamos lá, é só se utilizar de uma face sempre muito solícita a tudo que é ordenado que você já está dentro, é só fingir entendimento, ser superficial e mesquinho que você está incluso. Eu estou incluso, nós estamos. Nascemos dentro de uma exploradora de idéias, ideais e esforço humano. Muito mais esforço humano. Porque idéias e ideais você não adquire, você ganha como um brinde do Mc Donald’s, de um homem com ar generoso.

Fazer críticas a uma sociedade que me suga todos os dias é como criar um texto autodestrutivo. Tudo se volta contra nós. Até o sistema, sempre acolhedor, te metendo a foice nas costas sempre que pode.

Acontece que não se tem conclusões sobre isso. A gente sente e expõe, ou se opõe, ou se cala. Com o passar do tempo seus sentimentos vão sendo enferrujados por uma vida regada a trambique e tapa na cara, robotizados até que você seja uma máquina completa. Por hora, vou botando pra fora o amor e a tristeza que me cabem, antes que eu me compacte e me adapte a essa sociedade dentro das leis divinas e políticas. Por enquanto, minha lei é ter um pé cá e o outro na nuvem, quando eu cair será o julgamento final.

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