O sol se mostra. Do outro lado da lua não está muito escuro?
O outro lado da lua é aqui, dentro desse quarto. Nessa noite enfadonha.
A luz ofuscante lá fora é como areia nos olhos pra quem vê.
Encontrei alguns retalhos velhos. Vamos produzir?
Eu sei que eu faço algo melhor que segurar um cigarro durante algumas horas.
Essas mesmas horas desperdiçadas.
Vamos lá, é só questão de disponibilidade e está tudo certo.
Será uma doce reunião, você na cama e eu buscando algo pra beber.
Podemos ter um tempo?
Só vou reorganizar algumas idéias e colocá-las em prática.
Não quero cair no sono agora.
E eu nunca disse que isso era pra nós.
Só vou esperar pela manhã se eu já estiver bêbado o suficiente.
Então a gente encontra uma saída rápida e eficaz,
Depois dormimos. Eu e todos os meus trapilhos bagunçados.
Agora você está procurando saber o que faremos pra preencher o nosso dia.
Faça um café, por favor. Assim podemos começar bem.
Então eu fico observando, o nada do nada.
Você não sabe, mas eu só preciso de um amigo, de um ombro e de um pouco de carinho.
Então eu caio em desgraça, porque aquilo era cachaça e não abraços apertados.
Não pense que eu vou perder mais duas semanas me resolvendo. Porque isso eu faço em dois minutos se quiser.
Não me peça explicações, porque eu não preciso de uma mãe e não te devo nada. Certo?
Então foda-se que mais um dia tenha se passado e nós estamos à toa.
Não se trata de regras sociais para uma ocupação. Trata-se de uma satisfação própria.
Então pare de gritar, porque nós estamos sozinhos e eu não sou uma velha surda.
Tire o pijama, já é tarde e você não quer parecer que acabou de acordar, não é mesmo?
E aí você se senta do meu lado e assistimos juntos as desgraças na TV.
Depois, sou somente eu e minha auto-estima. Mas não é só isso.
É isso e tudo. Tudo mais e um pouco mais.
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