quinta-feira, 23 de maio de 2013

sonâmbulo

Esse tempo de urgências...
As urgências esfarrapam os acasos
E ensandecido é aquele que tomou tempo
Numa espécie de limbo
Onde tempo é contado e cronometrado
Não se passa, corre
Não venta, faz vendaval
O que dorme é interrompido
Vira sonâmbulo, perdido
Tic tac, ele conta
E não se ultrapassa as horas de sono mal dormidas
Passante com sono
Sonambulando em encontros
Em meio a tantos desencontros
Mesmo inconsciente
O inconsciente faz lamentar
E na remela da manhã adiantada
O que passa pelo tempo não tem tempo para nada
Quando desperta
Continua sonâmbulo
No deserto de insônia
Onde o sonâmbulo é mera representação
Do tempo contado, do chão pisado
Do trabalho empenhado
Sonâmbulo não tem tempo de despertar
Quando dorme, morre
Quando acorda, vagueia
É como se nem tivesse sangue na veia
Gelado o sangue, parece que o sangue parou
Sem se dar conta do atraso acometido
O sonâmbulo cambaleia
No pêndulo, onde, ora pende entre as verdades, ora pende com sono
O sonâmbulo é uma alma adormecida
No corpo de uma noite mal dormida

Nenhum comentário:

Postar um comentário